domingo, 19 de agosto de 2012

CONSTRUIR TUDO QUE VEM À CABEÇA. UM DISPOSITIVO DE TRATAMENTO CLÍNICO

Diante da dificuldade clínica de se trabalhar com crianças e adolescentes que pouco têm o hábito de conversar com um adulto sobre suas vivências, desenvolver alguns artifícios que superassem esta dificuldade tornou-se um desafio.


Trabalhar  oferencendo uma diversidade de materiais plásticos, no consultório, mostrou-se uma excelente solução para o atendimento destas crianças. A ideia é poder fazer com que suas produções  e vivências pudessem, paulatinamente, encontrar um contexto, um sentido. Propomos  construções que contextualizassem sua expressão cotidiana, com a perspectiva de resgatar o contexto de sua história a que estas inscrições remetem.  Pois a experimentação concreta é o que possibilitava a estas crianças começarem um trabalho de encadeamento de suas vivências. O que observávamos é que a expressão comporta o registro do vivido, da fala e do desejo . 

“Construir tudo que vem à sua cabeça” passou a ser o mote destes atendimentos em atelier. Sentença que se mostrou extremamente atrativa para estes jovens, na faixa etária dos nove aos quatorze anos, momento em que associar livremente apenas com palavras parece estar inibido ou latente. Passei, então a adotar a construção com sucatas como instrumento de trabalho.



MIra Wajntal in: Bialer, M (Org.) -  O trabalho PSI na Saúde Pública. Editora novo conceito,Riberão Preto, 2011





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